quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Logic Pro - Remover DC Offset

Para quem trabalha com música, criar uma faixa com qualidade de áudio excelente é sempre muito bom. Entretanto, uma canção passa por muitos processos e instrumentos até atingir seu estágio final. Durante essas etapas, pode ser que algum componente adicione sinais de áudio indesejados que interferem no resultado. Isso pode ser o DC Offset.
Geralmente, esse efeito é caracterizado por um sinal contínuo e de baixa frequência, o que torna sua presença quase imperceptível. No exemplo abaixo, é possível ver como ele é identificado:
Identificando a presença do DC Offset (Fonte da imagem: Reprodução/DJ Lex)

Nesse caso, a linha vermelha representa o DC Offset, indicando a proporção de deslocamento em relação à linha amarela, que seria a posição correta da linha-base da onda sonora. Um áudio processado que tenha DC Offset não estará em sua potência total, ou seja, não atingirá seu volume máximo. Além disso, caso um som com esse problema seja mixado a outro que não possua essa mesma característica, o produto final estará prejudicado.

Como ele acontece?

O DC Offset pode ser causado por algum equipamento durante a captação do som, seja por meio de cabos de má qualidade ou que estavam misturados a fios elétricos ou mesmo por equipamentos com falhas. Entretanto, sua principal causa é o momento da conversão “AD”, ou seja, quando o sinal passa de seu estado analógico para o digital.


Momento exato do deslocamento da onda de áudio (Fonte da imagem: Reprodução/DJ Lex)


Resumidamente, o DC Offset seria uma espécie de resíduo resultante do processo pelo qual a música passou. Por exemplo, numa gravação de guitarra, o som é recolhido através do captador do instrumento, que transforma a vibração das cordas em impulsos elétricos. O sinal viaja por um cabo até um “case” com vários pedais ativos e por mais equipamentos até alcançar a mesa de som, que também transfere o conteúdo através de mais cabos até a saída de áudio.


A solução

A forma mais fácil de verificar e remover o DC Offset é utilizar a função “Remove DC Offset”, que pode ser encontrada na maioria dos editores de áudio digital. Com isso, o resíduo é eliminado e a onda de som é centralizada, fazendo com que a faixa atinja seu volume máximo.

Vejamos como fazemos isso no Logic Pro
Para remover DC offset de arquivos de áudio no Logic abrimos o áudio no Sample Editor. Podemos fazer isso arrastando o arquivo de áudio para uma trilha de áudio ou clicando-duplo nele. Também podemos usar o comando  Windows/Sample Editor/ e depois escolher o arquivo de áudio em seu local no disco rígido.

Depois no Sample usamos o comando Functions / Remove DC offset



Logic Pro - Automação das trilhas de áudio

Automação de trilhas de áudio

Germano Lins

Para automatizar trilhas no Logic a primeira coisa a fazer é clicar e manter pressionado o botão do mouse no seletor de modos de automação e depois selecionar o modo de automação desejado na lista que é apresentada


Modos de automação:

Off - Modo de automação desligado.
Read - A automação é lida, mas não gravada.
Touch - A automação é gravada quando os parâmetros da trilha são movidos. Quando soltamos o botão do mouse a automação deixa de ser gravada.
Latch - A automação é gravada quando os parâmetros da trilha são movidos e continua a ser gravada quando soltamos o botão do mouse.
Write - A automação é gravada por cima dos dados de automação que tenham sido gravados antes e continua sendo gravada mesmo depois que soltamos o botão do mouse.


Mostrando a automação

Se quisermos ver uma representação visual da automação que foi gravada na trilha clicamos em "View" e "Track Automation".


Devemos ver algo similar à figura abaixo.



Caso queira alterar os parâmetros vistos no painel de visualização de automação, clique onde diz "volume" e escolha um outro parâmetro. Veja a imagem abaixo:


Podemos automatizar e mostrar outros parâmetros de automação como os de plug-ins (como o mostrado abaixo):



Mover dados de automação da trilha atual para uma região

Também podemos adicionar trechos de automação em regiões MIDI.

antes

depois



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Como alterar a ¨cara¨ do Logic Pro X

Alterando o aspecto do Logic Pro X

Germano Lins

A interface gráfica do novo Logic Pro X foi talvez a maior alteração em relação às versões anteriores. Embora muito bem realizada, podemos alterar a sua aparência inteiramente através de temas desenvolvidos por alguns fãs. Vamos ver como se faz isso.














Ableton Live? Não. Por incrível que pareça é o Logic Pro X

Antes de mais nada: devemos fazer um backup do tema original da Apple. Para isso, vamos na pasta de aplicações, clicamos-direito no Logic Pro X, selecionamos ¨Mostrar conteúdo do pacote¨ e fazemos uma cópia da pasta Contents > Frameworks >MAResources.framework. Caso aconteça algo de errado, é só recuperar o back-up.

Aqui não irei explicar como se faz um tema, irei me limitar a explicar como instalar temas desenvolvidos por outras pessoas.

No site LogicXinterfaces podemos obter temas gratuitos. Sem querer perder muito tempo, podemos baixar uma compilação nesta página.

Depois de baixar a compilação, é importante que se mantenham dentro de uma mesma pasta, no mesmo lugar do disco rígido (por exemplo, em Documentos, mas pode ser onde você quiser). Cada tema é uma pasta por si só, mas a ideia é deixar todos os temas juntos dentro de uma outra pasta, dessa forma:


Importante: Não devemos usar acentos nem caracteres especiais ao nomear as pastas, porque o programa que iremos usar não se dá muito bem com o idioma português.

Em seguida, baixamos o programa Logic Theme Switcher, que funciona como instalador de temas, e seguimos esses passos:

  • Rodamos o programa e selecionamos a pasta onde colocamos os temas - nos será perguntado se desejamos deixar essa pasta como padrão. Clicamos em “I agree”.
  • Aparecerá uma lista com os temas que temos instalado. Selecionamos aquele que desejarmos.
  • Depois de algumas operações ("Emptying theme folder" e "Restoring theme folder"), o tema selecionado será carregado.
  • Ao terminar, o Logic Pro X será aberto automaticamente, e já de ¨cara nova¨.
  • Se adicionarmos novos temas na pasta ou alterarmos os nomes das pastas, o programa irá pedir para que seja atualizado.

Por segurança, toda vez que executarmos o Logic Theme Switcher nos será perguntado se queremos recuperar o tema original da Apple; se clicarmos em Reset, o tema da Apple será recuperado, e se deixarmos passar alguns segundos ou clicarmos em Continue, voltaremos para lista de temas para instalar. Em qualquer caso, sempre teremos o backup de MAResources.framework que fizemos antes.

Aviso importante sobre a atualização do Logic 10.0.5Quando atualizamos para Logic 10.0.5 substituímos totalmente o programa, e portanto, também a pasta MAResources.framework da qual falamos antes. Neste caso, temos que excutar alguns comandos através do terminal para que tudo funcione corretmanete com o Logic Theme Switcher. 
O primeiro comando elimina a pasta de backup do Logic Theme Switcher:
  • rm -rf ~/Library/Application\ Support/Logic\ Theme\ Switcher/.defaultBackup
O segundo corrige o gerenciamento do programa:
  • defaults write /Applications/Logic\ Theme\ Switcher.app/Contents/Info.plist launchedEver false
É só copiar, colar e executar ambos comandos na ordem que tudo se resolve.

Pronto. Se você for um daquele que gosta de personalizar seu ambiente de trabalho, uma mina a ser explorada acaba de ser encontrada. Não só existem temas gratuitos, existem também excelentes trabalhos comerciais. A Wtorek tem vários temas excelentes, e custam em torno de 5 euros cada um.

Eis um exemplo:












segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Logic Pro - Configurando um Vocoder com o Evoc 20 PolySynth

Logic Pro - Configurando um Vocoder com o Evoc 20 PolySynth

Germano Lins
Para usar o Evoc 20 poly synth como um vocoder, siga estes passos:

1. Crie uma trilha de áudio e uma trilha de instrumento.
2. Na trilha de áudio adicione um bus pre-fader.


3. No Evoc 20 poly synth ajuste o side-chain para o mesmo bus que recebe sinal da trilha de áudio.


4. No Evoc 20 poly synth escolha um dos presets vocoder


5. Adicione ou grave um arquivo de áudio na trilha de áudio, ajuste o controle bus e quando o projeto for reproduzido será ouvido o áudio e mais o efeito vocoder. 

Logic Pro – Compressão Paralela Multibanda

Logic Pro – Compressão Paralela Multibanda

Germano Lins
Como configurar o Logic Pro
Siga as instruções a seguir ¨ao pé da letra¨ e as coisas irão funcionar perfeitamente.


Antes de mais nada precisamos ter a certeza de que a compensação de atraso de plug-in esteja ativada no Logic. Se não estiver, teremos problemas de fase.
Logic Pro > Preferences > Audio>General > Plug-in Delay > Compensation > All

O que é necessário:
1 trilha de áudio
1 canal auxiliar (bus)
1 saída principal (normalmente chamada de Output 1-2)

Tome como referência a figura a seguir:


Como fazer
Carregue o arquivo com a mixagem estéreo que deseja aplicar compressão na uma trilha de áudio.
Abra um Envio (send) no canal de áudio para enviar ao Bus 1, e envie (0.0 dB). O atalho de teclado para isso é manter pressionada a tecla Option e clicar no botão giratório (knob) send.

Isso irá criar automaticamente um canal Aux 1 com um Bus 1 em sua entrada, caso já não tenha sido criado em sua configuração.
Agora aplique os plug-ins de masterização que forem necessários, tais como equalizador e compressão de banda única na trilha de áudio, e não no Aux. Não aplique nenhum limiter na trilha de áudio e nem toque no fader de volume a não ser que o modo de envio (send) tenha sido configurado em pre-fader, ao invés post-fader, que é o padrão.

Caso queira usar um limiter ele deverá ser inserido no canal Output 1-2, já que é neste canal onde o sinal processado e o sinal paralelo irão se encontrar, e o limiter deve ser aplicado na soma dos sinais.
Abra o Multipressor no canal Aux 1 e carregue esta pré-configuração (preset):


Depois de baixar e descompactar o arquivo, coloque-o neste local:
HD > Users > YourUserName > Library > Application Support > Logic > Plug-In Settings > Multipressor

Eis os ajustes:

Threshold: -48 dBFS ou menos
Durante este tipo de compressão precisamos de redução de ganho constante e necessitamos que o compressor reaja nas passagens muito baixas.

Ratio: 2:1
A taxa de compressão deve ser bem baixa, embora possamos experimentar ajustes diferentes para conseguir efeitos mais radicais.

Peak/RMS: 0 ms
O segredo deste truque é comprimir violentamente os transientes, por isso é preciso que o compressor reaja aos picos.

Attack: 0 ms
A mesma explicação anterior.

Release: 300 ms ou acima
Ajuste curto aqui resultará em pumping, e não é isso o que queremos. Portanto, vamos usar um tempo de release de 300 ms a até alguns segundos.
Tempos de release curtos = compressão mais óbvia, porém com mais efeitos (especialmente nas frequências altas)
Tempos de release longos = menos compressão, e menos efeitos
Podemos definir o tempo de release individualmente por banda, ou seja, mais longos para as frequências sub e muito altas. As altas frequências pulando não chega a ser um problema com o Logic Multipressor.

Gain Make-up por banda
Como ponto de partida, não precisamos mexer nos ganhos make-up. Mas se você sentir que o sinal paralelo precisa contribuir mais em uma área especial de frequência, aqui é o lugar de fazer isso. Como estamos levantando um sinal fortemente comprimido numa determinada faixa específica que soa muito diferente da equalizada, isso não deixa de ser uma boa solução alternativa.

Outras funções
Não use autogain nem expander. Lookahead não é necessário para esta tarefa, de forma que podemos deixar ele em 0 ms (precisamos iniciar/interromper a reprodução para resetar a compensação de atraso causada pela função lookahead caso a utilizemos).

Quantidade de sinal paralelo
Usamos o fader de volume do canal Aux 1 para ajustar a quantidade de sinal comprimido paralelamente pelo compressor multibanda que desejamos adicionar no sinal sem processamento. Um ajuste normal aqui seria em torno de 15 a 25% da quantidade do sinal original. Mas, use os seus ouvidos para regular isso.

Como aplicar fades e alterar volume
Como dito anteriormente: não devemos mexer no fader de volume da trilha de áudio, pois isso afeta a entrada dinâmica do sinal paralelo. Se por alguma razão tivermos que ajustar o nível deste canal, primeiro devemos configurar o modo de envio (send) em pre.
Se for necessário criar um fade-in ou fade-out no master, devemos fazer isso automatizando o volume do canal Output, já que ele contém o sinal processado e o sinal paralelo.

O que é compressão paralela?
A compressão paralela é frequentemente utilizada durante a mixagem para engordar canais, especialmente baterias. Ela também pode ser usada em vocais para aumentar a plenitude e trazer detalhes sem artefatos pumping de compressão.
A compressão paralela também é usada durante a masterização, uma vez que - ao contrário de compressão normal – ela pode aumentar as passagens de baixo nível, mantendo mais da dinâmica original durante as passagens mais altas.
A compressão paralela não substitui a compressão normal, ela deve ser usada para detalhes.

Compressão Multibanda Paralela
Compressão Multibanda Paralela tem os mesmos princípios da compressão de banda única. No entanto, soam diferentes devido às bandas separadas. A compressão multibanda paralela também funciona um pouco como um potenciador sonoro inteligente por causa da psicoacústica (como o cérebro humano interpreta especialmente as bandas de baixa e alta frequência em relação à percepção de intensidade). Este truque não é possível, da mesma forma, com a compressão de banda única em paralelo, mesmo quando utilizado em combinação com um equalizador.



Treine... experimente... e tire suas conclusões !!!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tudo de graça !!!

Tudo de graça

Germano Lins


Moto Q Free

Moto Q
Moto Q Free é um equalizador paramétrico de 11 bandas com filtros pré-fixados (1 HPF, 1 LShelf, 2 Notch, 5 Peak, 1 HShelf e 1 LPF). Oferece a visualização do sinal tanto na entrada como na saída.
Muito útil para visualizar o sinal. Está disponível para Win32/64 e OSX 32/64 aqui.

OBXD

OBXD
O OBXD é uma magnífica emulação dos sintetizadores Oberheim OB-X, OB-Xa e OB8. No arquivo de download também temos 500 patches de sons e mais o manual. Este sintetizador é de código aberto, e isso deu um fruto importante: sua versão para OS X (VST2 e AU em fase beta, disponível no post do blog).

PianoRoll Composer

PianoRoll Composer
O PianoRoll Composer permite compor música com MIDI a partir de uma clássica interface piano roll. É um programa de código aberto e está disponível para Windows 32/64 aqui.

The Elementary Signal Engine

ESE

Uma interessante ferramenta para OS X (em fase alfa): The Elementary Signal Engine (ESE) é um instrumento eletroacústico para síntese de partículas sonoras e ondas em tempo real.
Baixar aqui.

Brainstormer

Brainstormer
Este synth virtual analógico de 3 osciladores está em fase beta para Windows, mas promete.
Baixar aqui, para Windows 32/64 (VST 2,4/3)

Kx-Modulad

Para terminar temos o Kx-Modulad, um synth analógico modular com reprodutor estéreo de SF2 e um WaveTracer de síntese aditiva para construir formas de onda de alta qualidade.
Disponível para Windows 32 aqui.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

LOGIC PRO X - EVOC 20 TrackOscillator (parte 1)

EVOC 20 TrackOscillator (parte 1)

EVOC 20 TrackOscillator – visão geral

O EVOC 20 TrackOscillator é um vocoder com um oscilador de rastreamento de afinação monofônico. O oscilador de rastreamento acompanha, ou segue, o passo de um sinal de entrada monofônica. Caso o o sinal de entrada seja uma melodia vocal cantada, as afinações das notas individuais são acompanhadas e espelhadas, ou reproduzidas, pelo motor de síntese.

O EVOC 20 TrackOscillator possui dois bancos de filtros de formantes, um banco de análise, e um banco de filtros de síntese. Cada um oferece várias opções de entrada.

Podemos capturar uma fonte de sinal de análise usando o áudio que chega à entrada do canal onde o Evoc TrackOscillator 20 é inserido ou por meio de um sinal side-chain de um outro canal.

A fonte de síntese pode ser obtida a partir da entrada de áudio do canal onde o Evoc TrackOscillator 20 está inserido, de um sinal side-chain, ou de um oscilador.

Devido ao fato de podermos selecionar tanto a análise como a síntese de sinais de entrada, o EVOC 20 TrackOscillator não se limita a apenas afinar, podemos também utilizá-lo como efeito incomum de filtros. Por exemplo, podemos filtrar uma gravação orquestral em um canal com ruídos de trem em um outro canal side-chain. Ou podemos usá-lo para processar loops de bateria com sinais side-chain de guitarra rítmica, clavinete e piano.


Vocoder – visão geral

A palavra vocoder é uma abreviação de voice encoder. Um vocoder analisa e transfere a característica sonora do sinal de áudio que chega em sua entrada para análise de geradores de som do sintetizador. O resultado deste processo é ouvido na saída do codificador de voz.

O som clássico de um vocoder usa a fala como sinal de análise e um som de sintetizador como sinal de síntese. Este som foi popularizado no final da década de 1970 e início da década de 1980. Podemos ouvir esse efeito em gravações como “Superman” de Laurie Anderson, “Funkytown” de Lipps Inc., e em várias músicas do Kraftwerk — como “Autobahn”, “Europe Endless¨, “The Robots¨, e “Computer World”. Além desses sons robóticos, o processo vocoder também pode ser visto em vários filmes como Cylons in Battlestar Galactica, sendo o mais famoso, a voz de Darth Vader na saga Star Wars.

Vocoding, como processo, não está limitado à performances vocais. Podemos utilizá-lo em um loop de bateria como análise de sinal para formatar um naipe de cordas.

O analisador de voz e sintetizador de um vocoder são dois bancos de filtros passa-banda. Filtros de banda permitem a uma banda de frequência passar sem ser alterada. As frequências que ficam fora da faixa são cortadas.

Nos plug-ins EVOC 20, esses bancos de filtros são chamados de bancos de análise e bancos de síntese. Cada banco de filtro possui uma quantidade de bandas correspondentes — caso o banco de filtro de análise possua 5 bandas (1, 2, 3, 4, e 5), teremos 5 bandas no banco de filtros de síntese. Band 1 no banco de análise corresponde à banda 1 no banco de síntese, band 2 à band 2, e assim por diante.

O sinal de áudio entrante que chega na entrada de análise passa através do banco de filtro de análise, onde é dividido em duas bandas.

A seguir, um envelope é acoplado em cada banda de filtro. O envelope de cada banda altera o volume na fonte de áudio – ou, mais especificamente, a porção do áudio que foi permitida passar pelo filtro bandpass associado. Dessa forma, o envelope de cada banda gera sinais que são controlados dinamicamente.

Esses controles de sinais são então enviados para o banco de filtros de síntese — onde eles controlar os níveis das bandas de filtro de síntese correspondentes. Isso é feito com os VCA´s nos vocoders analógicos. As alterações de volume nas bandas no banco de filtro de análise são impostas nas bandas correspondentes no banco de filtro de síntese. Essas alterações de nível de filtro são ouvidas como uma reprodução sintetizada o sinal de entrada original — ou com a mistura dos dinais dos dois bancos de filtro.

A interface do EVOC 20 TrackOscillator

O EVOC 20 TrackOscillator está dividido em seções de parâmetros.


  • Analysis In parameters: Determina como o sinal entrante é analisado e usado pelo banco de filtro de análise.
  • U/V Detection parameters: Detecta as partes sem voz do sinal analisado, aumentando a compreensão da parte falada.
  • Synthesis In parameters: Determina como o sinal entrante é usado pelo banco de filtro de síntese.
  • Tracking Oscillator parameters: Determina como a análise do sinal entrante é usada pelo oscilador.
  • Formant Filter parameters: Configura os bancos de filtro de análise e síntese.
  • LFO parameters: Modulata a afinação do oscilador ou o parâmetro Formant Shift.
  • Output parameters: Configura o sinal de saída do EVOC 20 TrackOscillator.

EVOC 20 TrackOscillator – parâmetros analysis in

Os parâmetros da seção Analysis In determinam como o sinal entrante é analisado e usado pelo EVOC 20 TrackOscillator.



Analysis In - parâmetros
  • Attack: Giramos este botão para determinar a velocidade com que cada envelope irá começar a reagir na banda de filtro a qual está acoplado.
  • Release: Giramos este botão para determinar a velocidade com que cada envelope irá deixar de reagir após o sinal cair.
  • Freeze: Ligamos para manter – ou congelar – a análise sonora. Quando está ativado, o banco de filtro de análise ignora a fonte de entrada, e os parâmetros Attack e Release passam a não ter efeito.
  • Bands: Arrastamos nesses campos para configurar a quantidade de bandas de frequências analisadas e como elas são usadas pelo motor de síntese. Podemos usar até 20 bandas.
  • Analysis In: Neste menu escolhemos a fonte do sinal de análise:
    • Track: Usa o sinal de áudio entrante do canal onde o EVOC 20 TrackOscillator está inserido como sinal de análise.
    • SideCh(ain): Usa um sinal de side-chain (de outro canal) como sinal de análise. Escolhemos a fonte side-chain no menu Side Chain que está no canto superior direito da janela do plug-in.

Nota: Caso Side Chain esteja escolhido e não exista nenhum canal Side Chain atribuído, o EVOC 20 TrackOscillator passa ao modo Track.

Usando o EVOC 20 TrackOscillator analysis in

Devemos ser o mais preciso com os parâmetros Analysis In, a fim de atingir o melhor possível na inteligibilidade da fala e no rastreamento mais apurado. Siga estes passos e dicas para obter os melhores resultados.

Configurar os tempos de Attack e Release
  • Gire os botões de Attack e Release para configurar os tempos que melhor resultem na articulação sonora.

Tempos longos resultam em respostas demoradas aos transientes — picos de nível — do sinal entrante analisado. Um tempo longo de ataque em sinais percussivos, como uma sílaba plosiva em uma fala, ou um hi-hat, resultam em um efeito vocoder menos articulado. Devemos ajustar o parâmetro Attack com o valor mais baixo possível afim de obter uma boa articulação.

Tempos longos de release fazem com que os transientes do sinal entrante analisado fiquem perdurando na saída do vocoder. Um tempo de release longo em sinais percussivos, como uma sílaba plosiva ou um hi-hat, resultam em um efeito vocoder menos articulado. Devemos usar tempos de release bem curtos de forma a obtermos mais articulação no efeito. Valores entre 8 e 10 ms costumam ser bons pontos de partida.

Congelar o sinal entrante

  • Clicamos no botão Freeze para reter, ou sustentar, o espectro sonoro do sinal de entrada analisado.

Quando congelamos o sinal de entrada podemos capturar uma característica em particular deste sinal, que então é aplicada como um filtro de forma sustentada na seção Synthesis. Eis alguns exemplos de quando isso é útil:

  • Se estivermos usando um pattern de voz falada como fonte, o botão Freeze pode capturar a fase de ataque ou sobra de uma palavra individual dentro desse pattern — uma vogal, por exemplo.
  • Os cantores não sustentam notas indefinidamente. Para compensar essa limitação humana, usamos o botão Freeze. Caso a síntese do sinal necessite ser sustentada, mas o sinal fonte analisado não – a parte cantada, usamos o botão Freeze para travar os níveis atuais dos formantes da nota cantada, mesmo durante as pausas do canto, entre as palavras de uma frase cantada.

Dica: O parâmetro Freeze pode ser automatizado, o que é útil em muitas situações.

Determinar a quantidade de bandas de filtro

  • Arrastamos no sentido vertical no campo Bands para determinar a quantidade de bandas de frequência.

Quanto maior fora a quantidade de bandas de frequência, maior será a precisão na formatação do som. À medida que a quantidade de bandas é reduzida, a gama de frequências do sinal fonte é dividida em menos bandas, e o som resultante irá ser formado com menos precisão pelo motor de síntese. Uma boa precisão entre fala e canto fica em torno de 10 a 15 bandas.

Dica: Para assegurar o melhor rastreamento de afinação possível, é essencial a utilização de um sinal mono, sem notas sobrepostas, sem acordes. De forma ideal, o sinal deve ser não processado em livre de ruídos de fundo. Se utilizarmos um sinal processado, mesmo com uma pequena quantidade de reverberação, por exemplo, poderão acontecer resultados inesperados ou incomuns. O processamento de um sinal sem uma afinação audível, como um loop de bateria, também proporciona resultados incomuns, mas os artefatos resultantes poderão ser perfeitos para o projeto.

EVOC 20 TrackOscillator U/V – parâmetros de detecção

A fala humana é composta de uma série de sons – sons tonais ou formates – e sons que não são de fala. A principal diferença entre os sons que são de voz e outros que não são é que os sons de voz são produzidos pela vibração das cordas vocais, enquanto que os sons não de voz são produzidos através do bloqueio e restrição do fluxo de ar com os lábios, língua, palato, garganta e laringe.

Caso a fala contenha sons sonoros e mudos é utilizado como sinal de análise de um vocoder, mas o motor de síntese não fará distinção entre sons sonoros e mudos, o resultado soará um pouco fraco. Para evitar este problema, a seção de síntese do vocoder deve produzir sons diferentes para as partes sonoras e mudas do sinal.

EVOC 20 TrackOscillator possui um detector surdo/voz. Este dispositivo detecta as porções não vocalizadas do som no sinal de análise e, em seguida, substitui as partes correspondentes do sinal de síntese com ruído, com uma mistura de ruído e o sinal de sintetizador, ou com o sinal original. Caso o detector de U/V detecta peças sonoras, passa esta informação para a seção de síntese, que usa o sinal de síntese normal para estas porções.


Uma breve descrição dos formantes

Um formante é um pico no espectro de frequências de um som. No contexto da voz humana, os formantes são os componentes chave que fazem com que os humanos consigam distinguir os diferentes sons de vogais — baseando-se puramente na frequência dos sons. Os formantes na fala e no canto humano são produzidos pelo trato vocal, com as vogais contendo quatro ou mais formantes.



U/V detection - parâmetros
  • Sensitivity: Giramos esse botão para determinar como a detecção U/V responde. Giramos para direita para ajustes altos, onde mais das porções sem som do sinal entrante são reconhecidas. Quando usamos ajustes altos, o aumento da sensibilidade dos sons mudos do sinal pode fazer com que o detector U/V tenha mais sinal, incluindo sinais mudos. Sonoramente, este resultado em um som cria um ruído parecido com estática. (A fonte sonora U/V é determinada pelo menu Mode, como o mostrado logo a seguir).
  • Menu Mode: Aqui escolhemos as fontes sonoras usadas para substituir o conteúdo mudo do sinal entrante.
  • Noise: Usa somente ruído para as partes mudas do som.
  • N + Syn (Noise + Synthesizer): Usa ruído e sintetizador para as partes mudas do som.
  • Blend: Usa o sinal de análise depois dele ter passado através de um filtro pass-altas para as partes mudas do som. O parâmetro Sensitivity não afeta quando este ajuste está sendo usado.
  • Level: Giramos este botão para configurar o volume do sinal usado para substituir o conteúdo mudo do sinal entrante.

Importante: Devemos ser cuidadosos com o botão Level, particularmente quando usamos um valor alto de Sensitivity, para evitar sobrecarga interna no EVOC 20 TrackOscillator.



Compressores - Resumo


Compressor
O compressor é essencial na mixagem, com ele facilmente controlamos a dinâmica de qualquer instrumento, e é com ele que realçamos um determinado instrumento ou voz na mixagem.
São várias as forma de compressão, e são vários os usos que damos ao compressor. Vamos ver os tipos de compressão e sua forma de utilização.
Primeiramente precisamos saber o que é compressor.
O Compressor nada mais é que um regulador de dinâmica do sinal de áudio. Dinâmica é a variação entre os trechos fortes e fracos de uma determinada passagem. Numa voz, por exemplo, sempre temos trechos fortes e fracos, que variam em volume. O compressor atua nessa variação, e com ele podemos deixar o volume mais homogêneo, diminuindo as variações de dinâmica, diminuindo os picos e aumentando os trechos fracos.
Vamos imaginar um piano que em determinadas partes da música fica alto, e em outras partes quase não aparece. Neste caso temos um problema de dinâmica, ou seja, o músico tocou determinadas notas de forma muito acentuada, e em outras partes tocou notas muito suaves. Dependendo do estilo da música, essa dinâmica pode ser até imprescindível, mas em outros estilos isso se torna um problema.
Usando um compressor de forma correta iremos reduzir esses picos, e automaticamente aumentar as partes fracas, fazendo com que o piano, ou qualquer outro instrumento, fique com o volume mais homogêneo do início ao final da música.
Existem diferentes tipos de compressores, cada tipo servindo para um uso específico.
Na maioria dos compressores podemos trocar o tipo de compressão.



Tipo de compressores
Os tipos de compressores são:
  • CLASS A_R e CLASS A_U
  • VCA
  • FET
  • OPTO
Conhecendo esses tipos diferentes de compressão saberemos qual o tipo melhor a ser utilizado em uma determinada tarefa.



CLASS A_R & CLASS A_U
  • Este tipo é encontrado nos compressores clássicos. Utilizam válvulas e deixam o áudio com uma compressão mais quente.



VCA
  • É um circuito que possui resposta rápida, e pode trabalhar com uma quantidade exagerada de volume. Este tipo de compressão é muito transparente, e é uma boa escolha para submixagens de bateria.
FET
  • Este é o tipo de compressor que mais se aproxima da característica valvulada. Com ataque muito rápido, este circuito não é a melhor escolha para quantidade exagerada de volume. Ele fica melhor aplicado em vozes.
OPTO
  • É um dispositivo eletrônico projetado para transferir sinais elétricos utilizando ondas de luz, proporcionando assim acoplamento com isolação elétrica entre a sua entrada e saída. Fica muito bem utilizado em guitarras, baixos e tem seu uso muito popularizado em tarefas de masterização.



Os controles do compressor

  • THRESHOLD: É com este controle que determinamos onde o compressor começa a atuar, sua regulagem é em dB. Para entender melhor, vamos supor que ajustamos o threshold em – 35 db, então quando o áudio chegar nesse nível a compressão terá início, caso o nível do áudio não chegue a – 35db o compressor não atua.
  • RATIO: Após ajustar o threshold, regulamos a sua intensidade. No ratio temos as razões 2:1 , 3:1 , 5:1, etc. Ou seja, no lado esquerdo da razão são mostrados os dB que estão entrando e no lado direito são mostrados os dB que estão saindo (a taxa de compressão). Como exemplo, vamos supor que temos 3 dB ultrapassando o nível estabelecido em threshold. Sendo assim, o compressor vai mandar para a saída apenas 1 db. Em outras palavras, quanto menor for o número esquerdo da razão (o número antes dos dois pontos), mais suave será a taxa de compressão, quanto maior for o número esquerdo da razão, mais forte será a compressão.
  • ATTACK: O Attack é o tempo que o compressor levará para começar a atuar depois que o nível do sinal ultrapassar o nível que está estabelecido em threshold. Na prática, para liberarmos os transientes (picos do sinal) devemos deixar o attack com um tempo lento. No entanto, se quisermos eliminar os transientes, usamos um tempo menor de attack. Esse ajuste é realizado em milissegundos.
  • RELEASE: O Release é o tempo que o compressor permanece ainda atuando depois que o nível do sinal cai abaixo do nível estabelecido em threshold. Na prática, para obtermos menos sustentação na nota usamos tempos curtos de Release. Para obter uma maior sustentação usamos tempos longos de Release, o que fará com que a nota seja comprimida por mais tempo. Por exemplo, nas guitarras usamos tempos de Release lentos.
  • REDUCTION: Aqui é mostrado a quantidade de redução que o compressor está fazendo no sinal. Isso é mostrado em dB.
  • IN – OUT: Aqui podemos analisar o quanto temos de entrada, e o quanto temos de saída no compressor, ou seja antes de ser processado, e depois de passar pelos parâmetros.
  • OUTPUT: Aqui na saída iremos compensar o que foi eliminado pelo compressor. Por exemplo, caso tenha sido eliminado 5 db, aumentamos 5 db no Output para termos mais ganho. Com isso fazemos com que o som tenha mais punch.
  • HARD KNEE – SOFT KNEE: Neste parâmetro escolhemos se queremos uma compressão forte ou suave.
    • HARD KNEE = Forte .
    • SOFT KNEE = Suave.
Lembrando que essa compressão inicia-se depois do nível estabelecido no threshold.